“Suportou os nossos pecados no seu Corpo sobre a cruz,
a fim de que, mortos para os nossos pecados, vivamos para a justiça.
Pelas suas Chagas fomos curados.” (1 Pe 2,24)
Nesta semana que se abre com o Domingo de Ramos, celebramos o mistério central de nossa fé: paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. A quaresma foi o transcurso de um longo caminho percorrido para a chegada da Páscoa. Uma experiência de conversão, de mudança de atitudes,renovação do coração pela escuta da Palavra, pela prática do jejum, da esmola e da caridade.
Paixão e morte de Jesus é o desfecho de uma vida totalmente doada em favor do povo. Jesus é de tal modo obediente a Deus Pai, cumpridor de sua vontade, que a morte precoce se torna para ele inevitável. Morrer não é o que Jesus deseja, nem o que o Pai projetou para seu Filho, mas é, acima de tudo, conseqüência de suas atitudes. Nos evangelhos fica bem claro por que matam Jesus. Matam – como a tantos antes e depois dele – por seu tipo de vida, pelo o que ele disse, pelo que fez.
Mas a vida de Jesus não termina na morte, como ele mesmo predisse “o Filho do Homem, isto é o Messias, ressuscitará no terceiro dia”. E assim se deu. Jesus não ficou preso nas malhas da morte, como se a morte fosse para ele uma fatalidade. Ao contrário, tendo passado pelo mar do sofrimento e da morte, ressurgiu glorioso e reassumiu o seu ambiente de origem: sentou-se à direita de Deus Pai. Não sozinho, mas levando consigo o povo que ele resgatara, o povo de Deus. Por conseguinte, Jesus que ressuscita dos mortos ressuscita com seu corpo – cabeça e membros – e assim volta para Deus. Assim, quando falamos da páscoa/passagem de Jesus, estamos nos referindo à páscoa/passagem do seu corpo, que é a Igreja, que somos nós. Não só Jesus passa pelo mistério da paixão, morte e ressurreição, mas todo o seu povo celebra e vive esse mistério.
Viver a Páscoa é viver a certeza que a vida só tem sentido quando é oferecida. É preciso fazer da vida um êxodo permanente. Desagarrar-se de si mesmo para chegar ao outro, sabendo que em cada outro concreto está o mistério de Deus. Isto exige morrer para si mesmo, superação do pecado na própria vida. Quando alguns gregos quiseram vê-lo, assim se revelou Jesus: “Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado. Em verdade, em verdade, vos digo: se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só. Mas, se morre, produz muito fruto. Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem não faz conta de sua vida neste mundo, há de guardá-la para a vida eterna”(Cf Jo 12,20-26). Aquele que se deixa abraçar pelo Cristo ressuscitado torna-se capaz de dar a vida por Ele. E este é o caminho para a Vida.
“Pelo Batismo fomos, pois, sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova. De fato, se estamos integrados nele por uma morte idêntica à sua, também o estaremos pela sua ressurreição. É isto o que devemos saber: o homem velho que havia em nós foi crucificado com Ele, para que fosse destruído o corpo pertencente ao pecado; e assim não somos mais escravos do pecado. É que quem está morto está justificado do pecado. Mas, se morremos com Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos.” (Rm 6,3-9)
Viva este tempo de graça! Tenha uma Semana Santa abençoada viva-a na reflexão, como oportunidade de renovação de seus compromissos cristãos, com os votos de um Tríduo Pascal centrado no respeito, no amor e na doação assumido por Jesus Cristo, Feliz Páscoa!
Pe. Elison Silva dos Santos
Coordenador da Comissão Regional Nordeste 2 para a Animação
Bíblico-Catequética
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